em Evangelho do dia

29No dia seguinte, vê este a Jesus, que vinha ter com ele, e diz: Aí está o Cordeiro de Deus, que vai tirar o pecado do mundo. 30Era d’Este que eu dizia: «Depois de mim vem um homem que passou à minha frente, porque era antes de mim». 31E eu não O conhecia; mas para Ele Se manifestar a Israel é que eu vim baptizar em água.

32João deu mais este testemunho: Eu vi o Espírito que descia do Céu, como uma pomba e permaneceu sobre Ele. 33E eu não O conhecia, mas quem me enviou a baptizar em água é que me disse: «Aquele sobre quem vires o Espírito descer e permanecer é que baptiza no Espírito Santo». 34Ora eu vi e sou testemunha de que Ele é o Filho de Deus.

Comentário


  1. Pela primeira vez no Evangelho se chama a Cristo «Cordeiro de Deus». Este nome alude ao sacrifício redentor de Cristo. Já Isaías tinha comparado os sofrimentos do Servo de Yahwéh, do Messias, com o sacrifício de um cordeiro (cfr Is 53,7); por outro lado, o sangue do cordeiro pascal, aspergido sobre as portas das casas, tinha servido para livrar da morte os primogênitos dos israelitas no Egipto (cfr Ex 12,6-7). Tudo isso era promessa e figura do verdadeiro Cordeiro, Cristo, vítima no sacrifício do Calvário em favor de toda a humanidade. Por isto. São Paulo dirá que «o nosso Cordeiro pascal, Cristo, foi imolado» (1Cor 5,7). A expressão «Cordeiro de Deus» indica também a inocência imaculada do Redentor (cfr 1Pet 1,18-20; 1Ioh 3,5).

O texto sagrado diz «o pecado do mundo», no singular, para manifestar de modo absoluto que tirou todo o gênero de pecados. Cristo, na verdade, veio livrar-nos do pecado original, que em Adão atingiu todos os homens, e de todos os pecados pessoais.

O livro do Apocalipse revela-nos que Jesus está triunfante e glorioso nos Céus como o «Cordeiro imolado» (Apc 5,6-14), rodeado dos santos, dos mártires e das virgens (Apc 7, 9.14; 14,1-5), dos quais recebe louvor e glória por ser Deus (Apc 7,10).

Sendo a Sagrada Comunhão a participação no Sacrifício de Cristo, os sacerdotes pronunciam estas palavras do Baptista antes de administrar a Sagrada Comunhão, para suscitar nos fiéis o agradecimento ao Senhor por Se ter entregado à morte para nossa salvação e por Se nos dar como alimento das nossas almas.

30-31. João Baptista declara aqui a superioridade de Jesus ao dizer que Ele existia já antes dele, apesar de ter nascido depois. Mostra assim a divindade de Cristo, gerado pelo Pai desde toda a eternidade e nascido de Maria Virgem no tempo. Ê como se o Baptista dissesse: «Embora eu tenha nascido antes d’Ele, a Ele não O limitam os laços do Seu nascimento; porque mesmo quando nasce de Sua Mãe no tempo, foi gerado pelo Pai fora do tempo» (In Evangelia homiliae, 7).

Com as palavras do v. 31 o Precursor não pretende negar o conhecimento pessoal que tinha de Jesus (cfr Lc 1,36 e Mt 3,14), mas manifestar que conheceu por revelação divina o momento de proclamar publicamente a condição do Senhor como Messias e Filho de Deus, e que compreendeu também que a sua própria missão de Precursor não tinha outra finalidade a não ser dar testemunho de Jesus Cristo.

32-34, Para confirmar a divindade de Jesus Cristo, o evangelista recolhe o testemunho do Precursor sobre o Baptismo de Jesus (vejam-se os outros Evangelhos que descrevem com mais pormenor como aconteceu o Baptismo, cfr Mt 3,13-17 e par.). É um dos momentos cume da vida do Senhor em que se revela o mistério da Santíssima Trindade (cfr a nota a Mt 3,16).

A pomba é símbolo do Espírito Santo, de quem se diz no Gen 1,2 que revoava sobre as águas. Com este sinal cumprem-se as profecias de Is 11,2-5; 42,1-2, segundo as quais o Messias estaria cheio da força do Espírito Santo. O Baptista manifesta a grande diferença entre o seu baptismo e o de Cristo; em Ioh 3, Jesus falará deste novo Baptismo na água e no Espírito (cfr Act 1,5; Tit 3,5).

«O Filho de Deus»: E de notar que a expressão tem artigo no texto original, o que quer dizer que João Baptista confessa diante dos seus ouvintes o caracter sobrenatural e transcendente do messianismo de Cristo, tão distante da idéia político-religiosa que tinham forjado os dirigentes do judaísmo. 

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