em Evangelho do dia

E Jesus, continuando, tornou a falar-lhes em parábolas, e disse: 2O Reino dos céus é semelhante a um rei que celebrou as bodas de seu filho, 3e mandou os servos bodas chamar os convidados para as bodas, mas eles não quiseram vir. 4Tornou a mandar outros servos com este recado: «Dizei aos convidados: Vede que o meu banquete está preparado, abatidos os meus novilhos e animais cevados, e tudo pronto. Vinde para as bodas.» 5Eles, porém, não fizeram caso e foram um para o seu campo, outro para o seu negócios; 6os outros lançaram mão dos servos,   ultrajaram-nos e  mataram-nos. 7O rei, encolerizado, enviou os seus exércitos 8Disse então aos servos: «As bodas estão preparadas, mas os convidados não eram dignos. 9Ide, pois, às encruzilhadas dos caminhos e convidai quantos encontrardes.» 10Saíram os servos pelos caminhos e ajuntaram quantos encontraram, maus e bons, e encheu-se o salão de convivas. 11Entrando o rei, para ver os convivas, reparou num homem que não estava vestido com o traje de boda 12e disse-lhe: «Amigo, como entraste aqui sem o traje de boda?» Ele emudeceu. 13Disse então o rei aos serventes: «Atai-o de pés e mãos e lançai-o nas trevas exteriores. Aí haverá choro e ranger de dentes.» 14Pois muitos são chamados, mas poucos escolhidos.

Comentário

1-14. Nesta parábola Jesus Cristo põe em realce a insistente Vontade de Deus Pai que chama todos os homens à salvação — o banquete que é o Reino dos Céus —, e a misteriosa malícia que se encerra na rejeição voluntária deste convite: tão grave, que merece um castigo definitivo. Diante da chamada de Deus à conversão, à aceitação da fé e das suas consequências, não há interesses humanos que se possam opor razoavelmente. Não admite desculpas.

Os Santos Padres viram nos primeiros convidados o povo judaico. Efectivamente, no curso da História da Salvação, Deus dirigiu-Se primeiro aos Israelitas, depois a todos os gentios (Act 13,46).

A repulsa da chamada amorosa de Deus por parte dos Israelitas, devida a indiferença ou a hostilidade, levou-os à perdição. Mas também os gentios devem corresponder fielmente à sua chamada para não serem arrojados «às trevas exteriores».

«As bodas, diz São Gregório Magno (In Evangelia homiliae, 36), são as bodas de Cristo com a Sua Igreja, e o traje é a virtude da caridade: entra portanto nas bodas, mas sem o vestido, quem tem fé na Igreja, mas não possui a caridade».

O traje de bodas indica, em geral, as disposições com que se há-de entrar no Reino dos Céus. Se alguém não as possui, mesmo pertencendo à Igreja, será condenado no dia em que Deus julgar cada um. Estas disposições são, em resumo, a correspondência à graça.

  1. O Concilio Vaticano II recorda a verdade dos novíssimos, um de cujos aspectos declara este versículo. Ao falar da índole escatológica da Igreja, invoca a advertência do Senhor de que estejamos vigilantes contra as arremetidas do demônio, para poder resistir no dia mau (cfr Eph 6, 11-13). «Mas, como não sabemos o dia nem a hora, é preciso que, segundo a recomendação do Senhor, vigiemos continuamente, a fim de que no termo da nossa vida sobre a terra, que é só uma (cfr Heb 9, 27), mereçamos entrar com Ele para o banquete de núpcias e ser contados entre os eleitos (cfr Mt 25, 31 -46), e não sejamos lançados, como servos maus e preguiçosos (cfr Mt 25, 26), no fogo eterno (cfr Mt 25, 41), nas trevas exteriores, onde ‘haverá choro e ranger de dentes’» (Lumen gentium, n. 48).

14. Estas palavras não contradizem, de modo algum, a vontade salvífica universal de Deus (cfr 1Tim 2,4). Com efeito, Cristo, no Seu Amor pelos homens, busca a conversão de cada alma com infinita paciência, até ao extremo de morrer na cruz (cfr Mt 23, 37; Lc 15, 4-7). E a doutrina que ensina o apóstolo São Paulo, quando diz que Cristo nos amou e « Se entregou a Si mesmo por nós como oblação e vítima» (Eph 5, 2). Cada um de nós pode afirmar com o Apóstolo que Cristo «me amou e Se entregou a Si mesmo por mim» (Gal 2, 20). Não obstante, Deus, na Sua infinita sabedoria, respeita a liberdade do homem, que tem a tremenda possibilidade de rejeitar a graça (cfr Mt 7,13-14).

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