em Evangelho do dia

13Entáo veio Jesus da Galileia ao Jordão e apresentou-se a João, para ser por ele baptizado. l4Queria João impedi-Lo e dizia-Lhe: Eu é que preciso de ser baptizado por Ti, e Tu vens a mim?

15Jesus, porém, respondeu-Lhe: Deixa por agora, pois assim nos convém cumprir toda a justiça.

Então ele deixou-O.

16Baptizado Jesus, subiu logo da água e eis que se Lhe abriram os céus e viu o Espírito de Deus que, em figura de pomba, descia e vinha sobre Ele, 17enquanto dos céus uma voz dizia: Este é o meu Filho amado, no Qual pus as minhas complacências.

 

Comentário


  1. Jesus tinha passado uns trinta anos (Lc 3, 23) no que normalmente chamamos vida oculta. Admira-nos o silêncio do Verbo de Deus Encarnado durante todo este tempo. Muitas podem ser as razões desta longa espera de Jesus antes de começar o Seu ministério público. Pode ter influído nisso o costume judaico de que os rabinos tivessem feito os trinta anos, antes de exercer o seu ofício de mestres. Em qualquer dos casos, Nosso Senhor, com os Seus longos anos de trabalho na oficina de São José, ensina aos cristãos o sentido santificador da vida e trabalho ordinários.

Jesus começa o Seu ministério público depois de o Baptista “ter preparado o povo, segundo o plano divino, para receber o Messias.

  1. São João Baptista, ao ver aproximar-se do seu baptismo Aquele de quem tinha dado testemunho tão autêntico, resistia razoavelmente a baptizá-Lo. Não era necessário que Jesus fosse baptizado por João, já que não tinha pecado algum. Mas Jesus quis submeter-Se a este baptismo (veja-se nota ao v. 15) antes de inaugurar a Sua pregação para nos ensinar a obedecer a todas as disposições divinas (antes tinha-Se submetido, por exemplo, à circuncisão, à apresentação no Templo e ao resgate como primogênito). Os planos de Deus dispunham que Jesus Se aniquilasse até Se submeter à autoridade de outros homens.
  2. «Justiça», na Bíblia, tem um significado muito rico: refere-se ao plano que Deus, na Sua infinita bondade e sabedoria, traçou para a salvação do homem. Por isso «cumprir toda a justiça» deve ser interpretado na linha de cumprir a vontade de Deus e os Seus desígnios. Daí que pudéssemos traduzir «cumprir toda a justiça» por: «cumprir tudo o estabelecido por Deus».

Jesus Cristo acorre ao baptismo de João em reconhecimento de uma etapa da História da Salvação, prevista por Deus como preparação última e imediata da era messiânica. O cumprimento de qualquer destas etapas ou actos do plano divino pode chamar-se, resumidamente, um acto de justiça. Jesus, que veio cumprir a Vontade do Pai (Ioh 4, 34), procura cumprir esse plano salvador em todos os seus pormenores.

  1. Jesus desde a Sua própria conceição, possuía a plenitude do Espírito Santo. Isto é assim pela união da natureza humana com a natureza divina na pessoa do Verbo (dogma da união hipostática). A doutrina cristã ensina que em Cristo há uma só Pessoa, divina, e duas naturezas, divina e humana. A descida do Espírito de Deus, de que fala o nosso texto, exprime que, assim como Jesus iniciava de modo solene o Seu ofício messiânico, assim o Espírito Santo começava a Sua acção por meio do Messias. São muitos os textos do Antigo Testamento em que se anuncia a especialíssima manifestação do Espírito Santo no futuro Messias. Com este sinal do Espírito, recebia também São João Baptista a prova inequívoca da autenticidade do seu testemunho acerca de Cristo (cfr Ioh l, 29-34).

No Baptismo de Jesus Cristo revela-se o mistério da Santíssima Trindade: o Filho, que recebe o Baptismo; o Espírito Santo, que desce sobre Ele em figura de pomba; e a voz do Pai, que dá testemunho da pessoa de Seu Filho. No nome das três Pessoas divinas deverão ser baptizados os cristãos. «Se tu tens uma piedade sincera, sobre ti descerá também o Espírito Santo e ouvirás a voz do Pai do alto que diz: este não é o Meu Filho, mas agora depois do Baptismo, «foi feito meu filho» (De Baptismo,14)

  1. Literalmente: «Este é o Meu Filho, o amado». «Amado», precedido do artigo e unido à expressão «o Filho», normalmente refere-se a um filho único (cfr Gen 22,2.12.16.; Ier 6,26; Am 8,10; Zach 12,10; etc.). O duplo uso do artigo e a Solenidade do passo fazem que este testemunho divino acerca |de Jesus mostre claramente, na linguagem da Bíblia, que Jesus Cristo não é mais um, nem sequer o mais excelente, de tantos filhos adoptivos de Deus; mas com toda a propriedade e força, declara que Jesus é «o Filho de Deus», o Unigênito, absolutamente distinto, pela Sua condição divina, dos outros homens (cfr Mt 7,21; 11,27; 17,5; Ioh 3,35; 5,20; 20, 17; etc.).

Neste passo têm cumprimento as profecias messiânicas, especialmente Is 42, 1, cuja expressão é aplicada agora a Jesus Cristo pela voz do Pai, que fala do céu.

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