em Evangelho do dia

26Dizia também: O Reino de Deus é assim como um homem que lançou a semente à terra, 27e dorme, e levanta-se, de noite e de dia, e a semente germina e cresce sem ele saber como. 28Porqüe a terra por si mesma produz primeiro o colmo, depois a espiga, depois o trigo grado na espiga. 29E, quando o fruto o permite, logo lhe mete a foice, porque chegou o tempo da ceifa.

30Dizia ainda: A que havemos de assemelhar o Reino de Deus, ou com que parábola o hemos de representar? 31É como o grão de mostarda que, ao ser semeado na terra, é a mais pequenina de todas as sementes que na Terra há. 32Mas, depois de semeado, cresce e torna-se maior que todas as hortaliças e deita ramos tão grandes, que as aves do céu podem acolher-se à sua sombra.

33E com muitas parábolas como esta lhes expunha a palavra, segundo a sua capacidade de ouvir. 34E sem parábolas não lhes falava; mas, em particular, explicava tudo aos Seus discípulos.


Comentário

26-29. Os agricultores esforçam-se por preparar bem o terreno para a sementeira; mas, uma vez semeado o grão, já não podem fazer por ele nada mais, até ao momento da ceifa; de maneira que o grão se desenvolve pela sua própria força. Com esta comparação, exprime o Senhor o vigor íntimo do crescimento do Reino de Deus na terra, até ao dia da ceifa (cfr 1Ioel 3, 13 e Apc 14,15), ou seja, o dia do Juízo Final.

Jesus fala da Igreja aos Seus discípulos: a pregação do Evangelho, que é a semente generosamente espalhada, dará o seu fruto sem falta, não dependendo de quem semeia ou de quem rega, mas de Deus, que dá o incremento (cfr 1Cor 3, 5-9). Tudo se realizará «sem que ele saiba como», sem que os homens se deem plenamente conta.

Ao mesmo tempo o Reino de Deus indica a operação da graça em cada alma: Deus opera silenciosamente em nós uma transformação, enquanto dormimos ou enquanto velamos, fazendo brotar no fundo da nossa alma resoluções de fidelidade, de entrega, de correspondência, até nos levar à idade «perfeita» (cfr Eph 4, 13). Ainda que seja necessário este esforço do homem, em última análise é Deus quem actua, «porque é o Espírito Santo que, com as suas inspirações, vai dando tom sobrenatural aos nossos pensamentos, desejos e obras. É Ele que nos impele a aderir à doutrina de Cristo e a assimilá-la em profundidade; que nos dá luz para tomar consciência da nossa vocação pessoal e força para realizar tudo o que Deus espera de nós. Se formos dóceis ao Espírito Santo, a imagem de Cristo ir-se-á formando, cada vez mais nítida, em nós e assim nos iremos aproximando cada vez mais de Deus Pai. Os que são conduzidos pelo Espírito de Deus, esses são filhos de Deus (Rom VIU, 14)» (Cristo que passa, n° 135).

30-32. O sentido principal desta parábola é dado pelo contraste entre o pequeno e o grande. A semente do Reino de Deus na Terra é algo muito pequeno ao princípio (Lc 12, 32; Act 1,15); depois será uma árvore grande. Assim vemos como o reduzido grupo inicial dos discípulos cresce nos começos da Igreja (cfr Act 2,47; 6,7; 12,24), se estende ao longo dos séculos e chegará a ser uma multidão imensa «que ninguém poderá contar» (Apc 7,9).

Também se realiza em cada alma esse mistério do crescimento, a que se referem as palavras do Senhor:  «O Reino de Deus está dentro de vós» (Lc 17, 21), e que podemos ver anunciado com aquelas outras do Salmo: «O justo multiplicar-se-á como o cedro do Líbano» (Ps 92, 13). Para que brilhe a misericórdia do Senhor que nos exalta, que nos faz grandes, é preciso que nos encontre pequenos, humildes (Ez 17, 22-24; Lc 18,9-14).

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