em Evangelho do dia

51Como estivessem a chegar os dias de ser levado deste mundo, tomou Jesus a firme resolução de Se dirigir a Jerusalém e mandou mensageiros à Sua frente. 52Estes puseram-se a caminho e entraram numa povoação de Samaritanos, a fim de Lhe prepararem hospedagem. 53Mas não O receberam, por ir ostensivamente a caminho de Jerusalém. 54Ao verem isto, disseram os discípulos Tiago e João: Senhor, queres que digamos que desça fogo do céu e os consuma? 55Mas Ele, voltando-Se, repreendeu-os. 56E foram para outra povoação.

Comentário

  1. «Os dias de ser levado deste mundo»: Literalmente tempo da Sua assunção. Estas palavras referem-se ao momento em que Jesus Cristo, abandonando este mundo, sobe aos Céus. O próprio Senhor o dirá mais claramente na Ultima Ceia: «Saí do Pai e vim ao mundo; de novo deixo o mundo e vou para o Pai» (Ioh 16,28). Ao encaminhar-Se decididamente para Jerusalém, para a Cruz, Jesus cumpre voluntariamente o que Deus Pai tinha determinado: que pela Sua Paixão e Morte chegasse à Ressurreição e à Ascensão gloriosas.

52-53. Os Samaritanos eram inimigos dos Judeus. Esta inimizade provinha de que aqueles descendiam da fusão dos antigos Hebreus com os gentios que repovoaram a região da Samaria na época do cativeiro assírio (século VIII a.C.). A este motivo acrescentavam-se outros de tipo religioso: os Samaritanos tinham misturado com a religião de Moisés certas práticas supersticiosas, e não reconheciam o Templo de Jerusalém como o único lugar onde se podiam oferecer sacrifícios. Construíram o seu próprio templo no monte Garizin, que opunham ao de Jerusalém (cfr Ioh 4,20); por esta razão, ao dar-se conta de que Jesus Se dirigia para a Cidade Santa, não quiseram dar-Lhe hospedagem.

54-56. Jesus Cristo corrige o desejo de vingança dos Seus discípulos, oposto à missão do Messias que não veio para perder os homens mas para os salvar (cfr Lc 19,10; Ioh 12,47). Deste modo os Apóstolos vão aprendendo que o zelo pelas coisas de Deus não deve ser áspero e violento.

«O Senhor faz admiravelmente todas as coisas (…). Actua assim com o fim de nos ensinar que a virtude perfeita não guarda nenhum desejo de vingança, e que onde está presente a verdadeira caridade não tem lugar a ira e, enfim, que a debilidade não deve ser tratada com dureza, mas deve ser ajudada. A indignação deve estar longe das almas santas e o desejo de vingança longe das almas grandes» (Expositio Evangelii sec. Lucam, ad loc.).

Deve advertir-se que entre «repreendeu» do v. 55 e «foram» do v. 56, a Vulgata Clementina inclui a cláusula: «dizendo: Não sabeis a que espírito pertenceis. O Filho do Homem não veio para perder os homens, mas para os salvar». Esta cláusula vem em bastantes códices gregos e versões antigas, mas não existe nos melhores e mais antigos códices gregos. Por isso a Neo-vulgata não recolheu este passo.

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