em Evangelho do dia

38Partiu então da sinagoga e entrou em casa de Simão. Ora a sogra de Simão estava com uma febre aguda e os discípulos intercederam junto d’Ele em seu favor. 39Chegando à cabeceira dela, falou imperiosamente à febre, que a deixou. Ela ergueu-se imediatamente e começou a servi-los.

40Ao pôr do Sol, todos quantos tinham doentes com várias enfermidades traziam-Lhos, e Jesus, impondo as mãos a cada um deles, curava-os. 41Também de muitos saíam Demônios, que gritavam: Tu és o Filho de Deus. Mas Ele, em tom severo, impedia-os de falar, porque sabiam que Ele era o Messias.

42Quando se fez dia, saiu e dirigiu-Se a um lugar solitário. Foram à Sua procura as multidões e, ao chegarem junto d’Ele, tentavam retê-Lo, para que as não deixasse. 43Mas Ele disse-lhes: Eu tenho de ir também anunciar às outras cidades a Boa Nova do Reino de Deus, que para isso é que fui enviado. 44E andava a pregar pelas sinagogas da Judeia.

Comentário

38-39. Na vida pública de Jesus aparecem vários episódios estranháveis e familiares (cfr, p. ex., Lc 19,1; Ioh 2.1) que ajudam a compreender e a apreciar a estima do Senhor pela vida ordinária do lar.

Manifesta-se aqui a eficácia da oração pelos outros: «Mal rogavam ao Salvador — diz São Jerónimo — Ele imediatamente curava os doentes; dando a entender que também atende as súplicas dos fiéis contra as paixões dos pecados» (Expositio in Evangelium sec. Lucam, ad loc.).

Sobre esta cura instantânea e completa observa São João Crisóstomo: «Como a doença era curável deu a conhecer o Seu poder no modo de curar, fazendo o que a medicina não podia. Depois da cura da febre os enfermos necessitam de tempo para recuperar a sua antiga saúde, mas neste caso fez-se tudo no mesmo instante» (Hom. sobre S. Mateus, 27).

Os Santos Padres viram na febre desta mulher uma figura da concupiscência: «Na febre da sogra de Pedro (…) está representada a nossa carne afectada por diversas doenças e concupiscências; a nossa febre é a paixão, à nossa febre é a luxúria, a nossa febre é a ira, vícios que embora digam respeito ao corpo, perturbam a alma, a mente e o sentido» (Expositio Evangelii sec. Lucam, ad loc.).

Quanto às consequências práticas, diz-nos São Cirilo: «Recebamos nós Jesus, porque quando nos visita e O levamos na mente e no coração extingue em nós o ardor das maiores paixões, e manter-nos-á incólumes para que O sirvamos, isto é, para que façamos o que Lhe agrada» (Hom. 28 in Mattheum).

  1. De novo o Senhor insiste num dos motivos da Sua vinda a este mundo. São Tomás, falando do fim da Encarnação, explica que Cristo «veio ao mundo em primeiro lugar para manifestar a verdade, como Ele próprio diz: ‘para isto nasci e para isto vim ao mundo, para dar testemunho da verdade’ (Ioh 18,37). Por isto não devia ocultar-Se, levando uma vida solitária, mas manifestar-Se em público e pregar publicamente. E assim dizia aos que pretendiam detê-Lo: É necessário que Eu anuncie também a outras cidades o Evangelho do Reino de Deus, porque para isto fui enviado’. Em segundo lugar, veio para livrar os homens do pecado, de acordo com o que diz o Apóstolo: -‘Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores’ (1Tim 1,15). Pelo que diz o Crisóstomo: ‘Embora permanecendo sempre no mesmo lugar Cristo tivesse podido atrair a Si todos para que ouvissem & Sua pregação, não o fez para nos dar exemplo de que temos de ir em busca das ovelhas perdidas, como o pastor busca a ovelha extraviada, ou o médico açode ao enfermo’. Em terceiro lugar, veio para que ‘por Ele tenhamos acesso a Deus’ (Rom 5,2)» (Suma Teológica, III, q. 40, a. l, c.).
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