em Evangelho do dia

15E disse-lhes: Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda a criatura. 16Quem acreditar e for baptizado será salvo, mas quem não crer será condenado. 17Aos que crerem acompanhá-los-ão estes milagres: em Meu nome expulsarão Demônios, falarão novas línguas, 18pegarão em serpentes e, se beberem peçonha, não lhes fará mal, imporão as mãos aos doentes, e eles recobrarão saúde.

Comentário

  1. Este versículo contém o chamado mandato apostólico universal, que é paralelo ao de Mt 28,19-20 e ao de Lc 24,46-48. É um mandato imperativo de Cristo aos Seus Apóstolos para que preguem o Evangelho a todas as nações. Essa mesma missão apostólica incumbe, de modo especial, aos sucessores dos Apóstolos, que são os Bispos em comunhão com o Papa, sucessor de Pedro.

Não só eles, porém, mas toda «a Igreja nasceu para tornar todos os homens participantes da redenção salvadora e, por eles, ordenar efectivamente a Cristo o universo inteiro, dilatando pelo mundo o Seu Reino para glória de Deus Pai. Toda a actividade do Corpo místico que a este fim se oriente, chama-se apostolado. A Igreja exerce-o de diversas maneiras, por meio de todos os seus membros, já que a vocação cristã é também, por sua própria natureza, vocação ao apostolado. (…). Existe na Igreja diversidade de funções, mas unidade de missão. Aos Apóstolos e seus sucessores, confiou Cristo a missão de ensinar, santificar e governar em Seu nome e com o Seu poder. Mas os leigos, dado que são participantes do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo, têm um papel próprio a desempenhar na missão do inteiro Povo de Deus, na Igreja e no mundo» (Apostolicam actuositatem, n. 2).

É verdade que Deus actua directamente na alma de cada pessoa por meio da Sua graça, mas, ao mesmo tempo, deve afirmar-se que é vontade de Cristo, expressa neste e noutros textos, que os homens sejam instrumento ou veículo de salvação para os outros homens.

Neste sentido também o Concilio Vaticano II ensina: «A todos os fiéis incumbe, portanto, o glorioso encargo de trabalhar para que a mensagem divina da salvação seja conhecida e recebida por todos os homens em toda a terra» (Ibid., n. 3).

  1. Como consequência da proclamação da Boa Nova ensina-se neste versículo que a fé e o Baptismo são requisitos indispensáveis para alcançar a salvação. A conversão à fé de Jesus Cristo há-de levar directamente ao Baptismo, que nos «confere a primeira graça santificante, pela qual se perdoa o pecado original e também os actuais, se os houver; remete toda a pena por eles devida; imprime o caracter de cristãos; faz-nos filhos de Deus, membros da Igreja e herdeiros da glória, e habilita-nos para receber os outros sacramentos» (Catecismo Maior, n° 553).

O Baptismo é absolutamente necessário para o homem se salvar, como se depreende destas palavras do Senhor. Mas a impossibilidade física do rito baptismal pode ser suprida ou pelo martírio, que é chamado baptismo de sangue, ou por um acto perfeito de amor de Deus ou de contrição, unidos ao desejo, pelo menos implícito, de ser baptizado; a isto chama-se baptismo de desejo (cfr Ibid., nos 567-568).

Relativamente ao Baptismo das crianças, já Santo Agostinho ensinava que «de nenhum modo se pode rejeitar nem considerar como desnecessário o costume da Santa Madre Igreja de baptizar as crianças; antes pelo contrário, há que admiti-lo forçosamente por ser tradição apostólica» (De Gen. ad litt., 10,23,39). O novo Código de Direito Canônico assinala a necessidade de que as crianças sejam baptizadas: «Os pais têm obrigação de procurar que as crianças sejam baptizadas dentro das primeiras semanas; logo após o nascimento, ou até antes deste, vão ter com o pároco, peçam-lhe o sacramente para o filho e preparem-se devidamente para ele» (cân. 867 § 1).

Outra consequência ligada intimamente à anterior é a necessidade da Igreja, como declara o Concilio Vaticano II: «Com efeito, só Cristo é mediador e caminho de salvação e Ele torna-Se-nos presente no Seu corpo, que é a Igreja; ao inculcar expressamente a necessidade da fé e do Baptismo (cfr Mc 16,16; Ioh 3,5), confirmou simultaneamente a necessidade da Igreja, para a qual os homens entram pela porta do Baptismo. Pelo que, não se poderiam salvar aqueles que, não ignorando ter sido a Igreja católica fundada por Deus, por meio de Jesus Cristo, como necessária, contudo, ou não querem entrar nela ou nela não querem perseverar» (Lumen gentium, n. 14; cfr Presbyterorum ordinis, n. 4; Ad gentes, nn. 1.3; Dignitatis humanae, n. 11).

17-18. Nos primeiros tempos da expansão da Igreja, estes factos miraculosos que Jesus anuncia cumpriram-se de modo frequente e visível. Os testemunhos históricos destes acontecimentos são abundantíssimos no Novo Testamento (cfr, p. ex. Act 3,1-11; 28,3-6) e noutros escritos cristãos antigos. Era muito conveniente que assim sucedesse para mostrar ao mundo de uma maneira palpável a verdade do cristianismo. Mais tarde, continuaram a realizar-se milagres deste tipo, mas em menor número, como casos excepcionais. Também é conveniente que assim seja porque, por um lado, a verdade do Cristianismo está já suficientemente atestada; e, por outro, para dar lugar ao mérito da fé. «Os milagres — comenta São Jerônimo — foram precisos ao princípio para confirmar com eles a fé. Mas, uma vez que a fé da Igreja está confirmada, os milagres não são necessários» (Comm. in Marcum, ad loc.). De qualquer modo, Deus continua a realizar milagres através dos santos de todos os tempos, também dos actuais.

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