em entrevistas
Entrevistamos Alda Sampaio de Paiva, fiel católica, ativa na vida de sua comunidade, mãe de um padre do Opus Dei.
Alda é formada em Pedagogia. Como professora lecionou diversas disciplinas: Formação Geral e Formação de Professores, Ciências, Biologia, Psicologia e Métodos de Alfabetização.
Nessa entrevista ela nos conta a sua experiência pessoal de mãe de um sacerdote numerário, o seu relacionamento com os fiéis da Obra e com o seu Prelado. Também dá conselhos para as mães que têm dificuldade de aceitar a vocação dos filhos.

Dona Alda, de que projetos pedagógicos participou? Atualmente se dedica a algum trabalho?
Fui Coordenadora Pedagógica da Educação Pré-Escolar e Alfabetização, e posteriormente de 5ª à 8ª série. Participei do Projeto de Implantação do Método Natural de Alfabetização no Colégio Santa Ângela, de Irmãs Ursulinas, onde trabalhei 30 anos. Agora, aposentada, dedico-me à alfabetização de 2 meninos com necessidades especiais: um com Síndrome de Down e outro com Autismo.

A senhora é uma fiel do Opus Dei? Participa de alguma pastoral ou associação católica na sua diocese?
Não. Não pertenço ao Opus Dei. Participo da Associação São Francisco de Sales e coordeno a Pastoral da Saúde na minha comunidade (Nossa Senhora da Conceição, na cidade de Resende-RJ).

Mas tenho devoção ao fundador do Opus Dei, São Josemaria Escrivá, com quem “falo” diariamente, e que me alcançou tantas graças de Deus.

Quantos filhos tem? Qual deles é padre no Opus Dei? Não se preocupa por ele ser de uma instituição da Igreja atualmente criticada em algumas publicações no Brasil?
Tenho 4 filhos: 2 mulheres e 2 homens. O caçula é o padre no Opus Dei. Não me preocupo, mas me entristeço ao ver a Obra ser atacada injustamente. Acredito, porém, que aqueles que vivem realmente o seu espírito estão preparados para enfrentar esse tipo de situação.

Esses ataques não são novidade na Igreja. Em todos os tempos, eles aconteceram e, no entanto, a Igreja esta aí, firme, guiada pelo Espírito Santo. O mesmo acontecerá com o Opus Dei.

Como vê a vocação de seu filho? Acredita que ele é feliz no caminho que escolheu para si?
Vejo a vocação do meu filho como uma graça de Deus. Sei que é muito feliz. Basta olhar para ele, conversar com ele, para sentir a sua felicidade. A cada dia que vejo que ele se renova na forma de servir a Deus e de amá-lo. Com isso, sinto-me muito feliz e agradecida a Deus.

Algumas mães de pessoas da Obra dizem que se sentem abandonadas pelos filhos. A senhora se sente assim? De que forma o seu filho a acompanha?
Não, não me sinto abandonada! Embora separados por uma distância física, estamos cada vez mais próximos. É uma união muito forte porque ela se estabelece na Eucaristia. Além desta união espiritual, falamo-nos com freqüência por telefone. Pequenos gestos, atenções, delicadezas, detalhes, “estar em sintonia” completam o acompanhamento que me dá.

E como a senhora acompanha o seu filho?
Com o coração e com oração. Procuro saber os trabalhos que realiza, atendo aos seus pedidos de oração, que me faz por todos que necessitam, para ele próprio, para o êxito dos retiros e convívios, para a expansão da Obra no Brasil e no mundo, para a perseverança dos que dela fazem parte.

Conhece algumas outras pessoas da Obra, além do seu filho? Mantém algum contato com elas?
Conheço várias pessoas da Obra, que me são muito caras pelo carinho, atenção, disponibilidade, apoio e orações. Mantenho contato especial com duas, que se tornaram grandes amigas: Cidinha, em Roma; e Fernanda, no Brasil. Acompanho também a trajetória de Álvaro, um filho que ganhei.

Já esteve em algum Centro do Opus Dei? Como foi recebida?
Já estive em vários Centros: masculinos e femininos. Três Centros no Rio de Janeiro; a Casa de retiro Mira-Serra, em Petrópolis; dois Centros em Curitiba. Em todos fui muitíssimo bem recebida. Ousaria dizer que fui recebida com carinho filial.

Visitou alguma escola, em que o Opus Dei se encarrega da formação espiritual? Como pedagoga experiente, o que viu de interessante nessas escolas?
Sim. Visitei a “Pedreira”, uma escola de formação profissional para crianças, adolescentes e jovens; e a escola de hotelaria “Os Pinhais”. Fiquei encantada com ambas. Há a preocupação com a formação integral dos alunos. São verdadeiras obras de amor. Tudo funciona harmoniosamente. Cada um tem a sua função, é responsável por ela e a desempenha da melhor maneira possível. Os valores morais e religiosos têm lugar de destaque. A ordem e a organização são primorosas.

No vídeo que nos passou da ordenação do seu filho, tem-se a impressão que o Bispo Prelado do Opus Dei foi especialmente carinhoso com ele. Havia algum motivo para isso? Sabe o que o Prelado lhe disse no momento em que o abraçou afetuosamente?
O Prelado foi muito carinhoso com todos os ordenandos, dizendo-lhes a cada um palavras “personalizadas”. Se ele foi especialmente carinhoso com o meu filho, foi por ele intuir que talvez o Flávio fosse quem mais precisasse, pois o seu pai era o único que não esteve presente fisicamente à ordenação.

Sei o que Dom Javier disse a meu filho. Abraçou-o carinhosamente, dizendo: “Seu pai é o mais presente neste momento”.

Meu marido sofrera um Acidente Vascular Encefálico (AVE) em janeiro de 1998 ficando paraplégico e com cegueira parcial, o que o impossibilitou de viajar a Roma. Dom Javier, por diversas ocasiões, desde janeiro até junho, perguntava ao Flávio sobre a saúde do meu marido. E ao saber que meu marido não poderia ir à ordenação, tinha pedido que lhe dissesse que ele estaria muito presente na ordenação do seu filho.

O abraço do Prelado do Opus Dei, durante a ordenação

Alguma vez teve a oportunidade de cumprimentar o Bispo Prelado do Opus Dei? E qual foi a impressão que teve?
Sim, por duas vezes, eu tive o privilégio não só de cumprimentar Dom Javier, mas de conversar com ele por alguns minutos (aliás, mais do que o previsto). Na primeira vez, meu marido estava presente, além de nossa filha Liane e do Flávio. Na segunda vez foi após a ordenação, onde novamente nos recebeu: minhas filhas Liane e Lúcia, meus tios Adilar e Júlia, a mim e ao Pe Flávio, a quem, num momento de grande emoção para nós, pediu a bênção. Foram momentos inesquecíveis. Seu carinho, sua maneira especial de dar atenção a cada um de nós, a bondade e a paz de um pai… Foram momentos de uma riqueza inestimável, que marcaram indelevelmente nossas vidas.

Já se opôs em algum momento à vocação do seu filho? E por que?
Não, jamais me opus à vocação do meu filho. Sempre soube que os filhos não são nossos. Deus nos empresta e nos confia, chamando-nos a sermos co-participantes na sua formação. Como disse, no princípio, ter um filho padre é uma graça de Deus. Só redobraram minhas orações para que Deus o iluminasse sempre o seu caminho, para que fosse fiel e perseverante na sua resposta ao chamado de Deus.

Quando Deus os chama, jamais poderemos colocar obstáculos, dificuldades, impedimentos à aceitação do chamado.

Se tivesse a oportunidade de dar algum conselho às mães que têm dificuldade de aceitar a vocação dos filhos, o que lhes diria?
Jamais impeçam os seus filhos de seguirem a sua vocação divina. Pensem um pouco! O que de mais precioso podemos lhes desejar? Será a fama, o poder, a fortuna, bens que eles almejam? Por que será que são aceitas com mais facilidade as vocações ou encargos profissionais, mesmo que levem os filhos para longe, quando ficamos meses ou mesmo anos sem vê-los? Será porque a sociedade aprova a busca de tais valores e assim não se tem que dar explicações sobre as suas ausências? Porque não aceitarmos a busca do tesouro maior?

Deus nos deu os filhos. É justo que chame um ou outro para o trabalho na Sua messe.

Sei que, muitas vezes não é fácil ouvir os comentários que são feitos, por pessoas de quem, às vezes, menos esperamos. Mas estejam certas de que o Espírito (Santo) nos dá as palavras certas para respondermos.

Acreditem que apoiando os filhos terão redobradas as bênçãos de Deus em suas vidas e a alegria de vê-los realizados!

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