em Evangelho do dia

26Portanto, não tenhais medo deles, porque não há nada encoberto que não venha a descobrir-se, nem oculto, que não venha a saber-se. 27O que vos digo nas trevas, dizei-o vós à luz e o que ouvis em segredo, apregoai-o sobre os terraços. 28Não temais os que matam o corpo e que não podem matar a alma. Temei antes Aquele que pode deitar a perder a alma e o corpo na Geena. 29Não se vendem dois pardais por um asse? E, contudo, nem um deles cairá em terra sem permissão do vosso Pai. 30Quanto a vós, até os cabelos da cabeça estão todos contados. 31Por isso, não temais, que mais vaieis vós do que muitos pardais.

32A todo aquele, pois, que Me confessar diante dos homens, também Eu o confessarei diante de Meu Pai, que está nos Céus, 33mas a quem Me negar diante dos homens, também Eu o negarei diante de Meu Pai que está nos Céus.

Comentário

26-27. Jesus Cristo manda aos Seus discípulos que não tenham medo das calúnias ou murmurações. Virá um dia em que chegue ao conhecimento de todos quem é cada um, as suas verdadeiras intenções e a disposição exacta da sua alma. Entretanto, os que são de Deus podem ser apresentados como se não o fossem por aqueles que, por paixão ou por malícia, utilizam a mentira. Esse é o segredo que chegará a saber-se.

Junto a estas recomendações, Cristo manda também que os Apóstolos falem com clareza, abertamente. Por razões de pedagogia divina, Jesus tinha falado às multidões em parábolas e tinha-lhes descoberto gradualmente a Sua verdadeira personalidade. Os Apóstolos, depois da vinda do Espírito Santo (cfr Act 1,8), hão-de pregar às claras, desde os terraços, o que Jesus lhes foi dando a conhecer.

A nós toca-nos hoje também continuar a manifestar sem ambiguidades toda a doutrina de Cristo, sem nos deixarmos levar por falsas prudências humanas ou por medo das consequências.

  1. A Igreja, apoiada neste e em muitos outros passos do Evangelho (Mt 5,22.29; 18,9; Mc9,43.45.47; Lc 12, 5),ensina com clareza que existe o inferno, onde recebem castigo eterno as almas que morrem em pecado grave (cfr Catecismo Romano, I, 6, 3). Ali os condenados sofrem as penas de dano e de sentido eternamente, de um modo que nós ignoramos nesta vida (cfr Livro da sua vida, cap. 32). Ver as notas a Lc 16,19-31.

Por isso o Senhor previne os Seus discípulos contra o falso medo. Não há por que temer os que somente podem tirar a vida do corpo. Só Deus é quem tem poder de lançar alma e corpo no inferno. Por isso o verdadeiro temor e respeito devemo-lo a Deus, que é o nosso Príncipe e Juiz Supremo, e não aos homens. Os mártires são os que melhor viveram este preceito do Senhor; sabiam que a vida eterna valia muito mais que a vida terrena.

29-31. O «asse» era uma pequena moeda de ínfimo valor. Cristo emprega esta imagem para ilustrar o imenso carinho que Deus tem à Sua criatura. Como diz São Jerónimo (Comm. in Matth., 10, 29-31): «Se os passarinhos, que são de tão vil preço, não deixam de estar sob a providência e cuidado de Deus, como é que vós, que pela natureza da vossa alma sois eternos, podereis temer que não vos olhe com particular cuidado Aquele a quem respeitais como vosso Pai?» De novo Jesus Cristo ensina a paternal Providência de Deus, da qual falou extensamente no Sermão da Montanha (cfr Mth, 19-34).

32-33. Com estas palavras Jesus está a ensinar-nos que a confissão pública da fé n’Ele — com todas as suas consequências — é condição indispensável para a salvação eterna. Cristo receberá no Céu, depois do Juízo, os que deram testemunho da sua fé, e condenará os que cobardemente se envergonharam d’Ele (cfr Mt 7, 23; 25, 41; Apc 21, 8). Sob o nome de «confessores» a Igreja honra os santos que, sem terem sofrido o martírio de sangue, com a sua vida deram testemunho da fé católica. Embora todo o cristão deva estar disposto para o martírio, a vocação cristã ordinária é a de ser confessores da fé.

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