em Evangelho do dia

43Ouvistes que foi dito: Ama o teu próximo e odeia o teu inimigo. 44Eu, porém, digo-vos: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem; 45para serdes filhos de vosso Pai que está nos Céus, o qual faz nascer o sol sobre maus e bons, e chover sobre justos e injustos. 46Porque, se amais os que vos amam, que recompensa mereceis? Porventura não fazem o mesmo também os publicanos? 47E se saudais só os vossos irmãos, que fazeis nisso de extraordinário? Porventura não fazem o mesmo também os gentios? 48Sede, pois, vós perfeitos como é perfeito vosso Pai celeste.

 

Comentário

  1. A primeira parte do versículo «ama p teu próximo», está em Levítico 19, 18. A segunda parte «odeia o teu inimigo», não vem na Lei de Moisés. As palavras de Jesus, contudo, aludem a uma interpretação generalizada entre os rabinos da Sua época, os quais entendiam por próximo só os Israelitas. O Senhor corrige esta falsa interpretação da Lei, entendendo por próximo todo o homem (cfr a parábola do bom samaritano em Lc 10,25-37). 43-47. O passo recapitula os ensinamentos anteriores. O Senhor chega a estabelecer que o cristão não tem inimigos pessoais. O seu único inimigo é o mal em si, o pecado, mas não o pecador. Esta doutrina foi levada à prática pelo próprio Jesus Cristo com os que O crucificaram, e é a que segue todos os dias com os pecadores que se rebelam contra Ele e O desprezam. Por isso os santos seguiram o exemplo do Senhor, como o primeiro mártir Santo Estevão, que orava pelos que lhe estavam a dar a morte. Chegou-se ao cume da perfeição cristã: amar e rezar até pelos que nos persigam e caluniem.

Este é o distintivo dos filhos de Deus.

  1. «Publicanos»: Eram os cobradores de impostos. O Império Romano não tinha funcionários próprios para este serviço, mas entregava-o a determinadas pessoas do país respectivo. Estas podiam ter empregados subalternos (daí que por vezes se fale de «chefe de publicanos», como é o caso dê Zaqueu; cfr Lc 19, 2). A quantidade genérica do imposto para cada região era determinada pela autoridade romana. Os publicanos cobravam uma sobretaxa, da qual viviam, e que se prestava a arbitrariedade; por isso normalmente eram odiados pelo povo. Além disso, no caso dos Judeus, agregava-se a nota infamante de espoliar o povo eleito em favor dos gentios. 48. O versículo 48 resume, de algum modo, todos os ensinamentos do capítulo, incluídas as Bem-aventuranças. Em sentido estrito é impossível que a criatura tenha a perfeição de Deus. Portanto, o Senhor quer dizer aqui que a perfeição divina deve ser o modelo para o qual há-de tender o fiel cristão, sabendo que há uma distância infinita em relação ao seu Criador. Isto, porém, não rebaixa nada a força deste mandamento, mas, pelo contrário, ilumina-o. Juntamente com a exigência deste mandato de Jesus Cristo, há que considerar a magnitude da graça que promete, para que sejamos capazes de tender, nada menos, que à perfeição divina. De qualquer modo a perfeição que havemos de imitar não se refere ao poder e à sabedoria de Deus, que superam por completo as nossas possibilidades, mas nesta passagem, pelo contexto, parece referir-se sobretudo ao amor e à misericórdia. Neste sentido São Lucas refere-nos as seguintes palavras do Senhor: «Sede misericordiosos como vosso Pai é misericordioso» (Lc 6, 36; cfr nota a Lc 6, 20-49,).

Como se vê, a «chamada universal à santidade» não é uma sugestão, mas um mandamento de Jesus Cristo: «Tens obrigação de te santificar. — Tu, também. — Quem pensa que é tarefa exclusiva de sacerdotes e religiosos?

A todos, sem excepção, disse o Senhor: ‘Sede perfeitos, como Meu Pai Celestial é perfeito’» (Caminho, nº291). Doutrina que o Concilio Vaticano II sanciona no cap. 5 da Const. Lumen gentium, n. 40, donde tiramos estas palavras: «Jesus, mestre e modelo divino de toda a perfeição, pregou a santidade de vida, de que Ele é autor e consumador, a todos e a cada um dos Seus discípulos, de qualquer condição: ‘sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito’ (…). É, pois, claro a todos, que os cristãos de qualquer estado ou condição de Vida, são chamados à plenitude da vida cristã e à perfeição da caridade. Na própria sociedade terrena, esta santidade promove um modo de vida mais humano».

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