em Evangelho do dia

Entrando em Jerico, pôs-Se a atravessá-la. 2Nisto, apareceu um homem chamado Zaqueu, que era chefe de publicanos e pessoalmente rico. 3Procurava ele ver quem era Jesus e não podia, devido à multidão, por ser de pequena estatura. 4Cor­rendo à frente, subiu a um sicômoro, para O ver, porque devia passar por ali. 5Logo que chegou ao local, olhou Jesus para cima e disse-lhe: Zaqueu, desce depressa, pois hoje tenho de ficar em tua casa. 6Ele desceu rapidamente e recebeu-O cheio de alegria. 7Ao verem aquilo, murmuravam todos entre si, dizendo que tinha ido hospedar-Se em casa dum pecador. 8Zaqueu estacou e disse ao Senhor: Olha, Senhor, vou dar aos pobres metade dos meus bens e, se defraudei alguém em qualquer coisa, vou restituir o quádruplo. 9Respondeu-lhe Jesus: Veio hoje a salvação para esta casa, por este ser também filho de Abraão, 10pois o Filho do homem veio pro­curar e salvar o que estava perdido.

Comentário

1-10. Jesus Cristo é o Salvador dos homens; curou muitos doentes, ressuscitou mortos, mas sobretudo trouxe o perdão dos pecados e o dom da graça aos que se aproximam d’Ele com fé. Como antes no caso da pecadora (cfr Lc 7,36-50), agora Jesus traz a salvação a Zaqueu, visto que a missão do Filho do Homem é salvar o que estava perdido.

Zaqueu pertencia à classe dos publicanos, odiados pelo povo porque eram colaboradores do poder romano e abusa­vam freqüentemente na cobrança de impostos (cfr a nota a Mt 5,46). O Evangelho deixa entrever que também este homem tinha de que se arrepender (cfr w. 7-10). O certo é que quer ver o Senhor, sem dúvida movido pela graça, e para’ isso põe todos os meios ao seu alcance. Jesus premeia estes esforço de Zaqueu, hospedando-Se em sua casa. Comovido, pela presença do Senhor inicia urna vida nova.

Aqueles que vêem esta cena murmuram contra Jesus, porque trata afectuosamente um homem a quem eles consi­deram pecador. O Senhor, em vez de Se desculpar, manifesta claramente que veio precisamente para isso: para buscar os pecadores. Este episódio torna realidade a parábola da ovelha perdida (cfr Lc 15,4-7), cujo ensinamento já estava profetizado em Ezequiel: «Buscarei a ovelha perdida, reconduzirei a que se tinha tresmalhado, curarei a ferida e tratarei da que está doente» (34,16).

  1. O sicómoro é uma árvore semelhante à amoreira, mas de mais altura e de tronco mais grosso.

Zaqueu quer ver Jesus. Para o conseguir não vê incon­veniente em misturar-se com a multidão. Como o cego de Jerico salta por cima dos respeitos humanos. Assim há-de ser a nossa busca de Deus: nem falsa vergonha nem medo ao ridículo devem impedir que ponhamos os meios para encon­trar o Senhor.« Convence-te de que o ridículo não existe para quem faz o melhor» (Caminho, n.° 392).

5-6. Estamos diante de uma clara manifestação de como actua Deus para salvar os homens. Jesus chama indivi­dualmente, pelo seu nome, Zaqueu, pedindo-lhe que O receba em sua casa. O Evangelho sublinha que O recebeu pronta­mente e com alegria. Assim devemos responder nós aos chamamentos que Deus nos faz através da Sua graça.

  1. Zaqueu, na sua imediata correspondência à graça, manifesta o propósito de devolver o quádruplo do que injus­tamente poderia ter defraudado. Com isto vai mais além do que ordena a Lei de Moisés (cfr Ex 21,37s.). Além disso, numa generosa compensação, entrega aos pobres a metade dos seus bens. «Aprendam os ricos — comenta Santo Ambrósio — que não consiste o mal em ter riquezas, mas em não usar bem delas; porque assim como as riquezas são um impe­dimento para os maus, são também um meio de virtude para os bons» (Expositio Evangelii sec. Lucam, ad loc.). Cfr a nota a Lc 16,9-11.

10. Este desejo ardente de Jesus de buscar um pecador para o salvar há-de encher-nos da esperança de alcançar a salvação eterna: «Escolhe um chefe de publicanos: quem desesperará de si mesmo quando este alcança a graça?» (Expositio Evangelii sec. Lucam, ad loc.).

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