em Evangelho do dia

9Seguindo Jesus dali, viu sentado ao telónio um homem chamado Mateus e disse-lhe: Segue-Me. E ele levantou-se e seguiu-O. 10Ora, sucedeu que, estando à mesa em sua casa, vieram muitos publicanos e pecadores pôr-se à mesa com Jesus e Seus discípulos. 11Ao verem isto os Fariseus, diziam aos discípulos: Porque é que o vosso Mestre come com os publicanos e pecadores? 12Mas Ele, que os ouviu, disse: Não precisam de médico os que têm boa saúde, mas os doen­tes. 13lde, pois, aprender o que significa: quero misericórdia e não sacrifício, porque não vim Eu chamar os justos, mas os peca­dores.

Comentário

  1. «Telónio»: Posto público para o pagamento de tribu­tos. Acerca do «seguir Jesus» veja-se a nota a Mt 8,18-22.

Este Mateus, a quem Jesus chama, é o apóstolo do mesmo nome e autor humano do primeiro Evangelho. É o mesmo que em Mc 2,14 e em Lc 5,27 é chamado Levi o de Alfeu, ou simplesmente Levi.

Deus é quem chama. Para seguir Jesus de modo perma­nente não basta a própria determinação do homem, mas requer-se, absolutamente, o chamamento individual por parte do Senhor; isto é, a graça da vocação (cfr Mt 4, 19-21; Mc 1, 17-20; Ioh 1, 39; etc.). Esse chamamento implica a prévia escolha divina. Por outras palavras, não é o homem quem toma a iniciativa; pelo contrário, é Jesus quem chama primeiro e o homem corresponde a esse chamamento com a 0tlá livre decisão pessoal: «Não fostes vós que Me escolhestes, filas fui Eu que vos escolhi a vós» (Ioh 15,16). Deve pôr-se em relevo a prontidão com que Mateus «segue» o chamamento de Jesus. Diante da voz de Deus pode entrar na alma a tentação de responder: «Amanhã, ainda não estou preparado». No fundo esta e outras razões não são mais que egoísmo e medo, além de que o medo pode ser um sintoma a mais do chamamento (cfr Ioh  1). Amanhã corre-se o risco de ser demasiado tarde.

Como o dos outros apóstolos, o chamamento de São Mateus dá-se no meio das circunstâncias normais da sua vida: «— Deus foi-te procurar no exercício da tua profissão? ,,, « Foi assim que procurou os primeiros: Pedro, André, João e Tiago, junto das redes; Mateus, sentado à mesa dos Impostos…

«E — assombra-te! — Paulo, no seu afã de acabar com a semente dos cristãos» (Caminho, n° 799).

10-11. A mentalidade desses fariseus, tão inclinada a julgar os outros e classificar facilmente como justos e pecadores, não concorda com a atitude e ensinamentos de Jesus. Já tinha dito: «Não julgueis e não sereis julgados» (Mt 7, 1), e acrescentou ainda: «Quem de vós estiver sem pecado seja o primeiro a lançar-lhe uma pedra» (Ioh 8,7).

A realidade é que todos os homens são pecadores e o Senhor veio para remir a todos. Não há, pois, razão para que se dê entre os cristãos o escandalizar-se pelos pecados de outros, visto que qualquer de nós é capaz de cometer as maiores vilezas se não for assistido pela graça de Deus.

  1. Ninguém deve desanimar ao ver-se cheio de misérias: reconhecer-se pecador é a única atitude justa diante de Deus. Ele veio buscar a todos, mas o que se considera justo, por esse mesmo facto, está a fechar as portas a Deus, porque na realidade todos somos pecadores.
  2. A frase de Jesus, tomada de Os 6, 6, conserva a expressão hiperbólica do estilo semítico. Uma tradução mais fiel ao sentido seria: «quero mais misericórdia que sacrifí­cio» . Não é que o Senhor não queira os sacrifícios que Lhe são oferecidos, mas insiste em que estes háo-de ir sempre acompanhados pela bondade do coração, visto que a caridade há-de informar toda a actividade do cristão e com maior razão o culto a Deus (vid. 1Cor 13,1-13; Mt 5,23-24).
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