em Evangelho do dia

Depois de ter feito ouvir ao povo todas estas palavras, entrou em Cafarnaum. 2Estava doente e quase a morrer o criado de certo centurião, a quem este tinha em muito apreço. 3Ouvindo falar de Jesus, mandou-Lhe alguns anciãos dos Judeus com o seu pedido de que viesse salvar-lhe o criado. 4Chegando estes junto de Jesus, fizeram-Lhe solicita­mente o pedido, dizendo: Ele é digno de que lhe concedas essa graça, 5pois estima o nosso país e até foi ele que nos construiu a sinagoga.6Jesus foi com eles. Não estando já longe da casa, mandou-Lhe o centurião uns amigos com este pedido: Não Te incomodes, Senhor, pois não mereço que entres debaixo do meu tecto, 7pelo que nem digno me achei de ir ter contigo. Mas, com uma palavra, diz que se cure o meu criado. 8É que eu, posto como estou às ordens de outros, tenho soldados sob o meu comando; e digo a um: «vai», e ele vai, e a outro: «vem cá», e ele vem, e ao meu criado: «faz isto», e ele faz. 9Jesus, quando isto ouviu, ficou admirado com ele e, voltando-Se para a multidão que O acompanhava, exclamou: Eu vos digo: Nem em Israel encontrei tão grande fé. 10E os enviados, ao voltarem para casa, acharam o criado com saúde.

Comentário

1-10. «Fizeram-Lhe solicitamente o pedido» (v. 4). É um exemplo da eficácia da oração de petição, que obtém da omnipotência de Deus um milagre. A este propósito esclarece São Bernardo o que se há-de pedir a Deus: «Em três coisas julgo que consistem as petições do coração (…). As duas primeiras são deste tempo, isto é, os bens do corpo e os da alma; a terceira é a bem-aventurança da vida eterna. Não te admires de que tenha dito que os bens do corpo se tenham de pedir a Deus, porque d’Ele são todos os bens: os corporais e os espirituais (…). Não obstante, devemos orar com mais frequência e com mais fervor pelas necessidades da alma, isto é, por obter a graça de Deus e as virtudes» (Sermão quinto de Quaresma, 8-9). Para alcançar os Seus benefícios o próprio Deus espera que pecamos com atenção, perseverança, confiança e humildade.

Sobressai a humildade na petição do milagre que nos narra o texto. O Centurião não pertencia ao povo eleito, era um pagão; mas através dos seus amigos pede com profunda humildade. A humildade é caminho para a fé, tanto para a receber como para a avivar. Falando da experiência da sua conversão, Santo Agostinho diz que ele, que não era humilde, não era capaz de compreender como Jesus tão humilde podia ser Deus, nem o que Deus podia ensinar a ninguém abaixando-se até assumir a condição humana. Para isso o Verbo, Verdade eterna, fez-Se homem: para abater a nossa soberba, fomentar o nosso amor, submeter todas as coisas e assim poder elevar-nos (cfr Confissões, VIII, 18,24).

6-7. É tal a fé e a humildade do Centurião ao dizer isso, que a Igreja, na liturgia eucarística, põe no nosso coração e na nossa boca estas mesmas palavras antes de receber a sagrada Comunhão. Esforcemo-nos, pois, por ter sincera­mente esta mesma disposição interior diante de Jesus que vem à nossa casa, à nossa alma.

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