em Evangelho do dia

16Em verdade, em verdade vos digo: Não é o servo maior que o seu senhor, nem o enviado maior do que aquele que o mandou. 17Uma vez que sabeis isto, felizes sereis, se o puserdes em prática.

18Não o digo de vós todos, — Eu conheço os que escolhi, — mas é para se cumprir a Escritura: O que come do Meu pão levantou contra Mim o calcanhar. 19Desde já vo-lo digo antes que aconteça, para, quando acontecer, acreditardes que Eu sou. 20Em verdade, em verdade vos digo: Quem acolhe aquele que Eu enviar é a Mim que acolhe; e quem Me acolhe acolhe Aquele que Me enviou.

Comentário

15-17. Toda a vida de Jesus foi exemplo de serviço aos homens, cumprindo a Vontade do Pai até à morte na Cruz. Aqui o Senhor promete-nos que, imitando-O a Ele, o Mestre, num serviço desinteressado que sempre implica sacrifício encontraremos a verdadeira felicidade que ninguém nos poderá arrebatar (cfr 16,22; 17,13). «Dei-vos o exemplo, insiste Jesus, falando aos Seus discípulos na noite da Ceia, depois de lhes ter lavado os pés. Afastemos do coração o orgulho, a ambição, os desejos de domínio e, à nossa volta e dentro de nós, reinarão a paz e a alegria, enraizadas no sacrifício pessoal» (Cristo que passa, n.° 94).

  1. Levantar o calcanhar ou talão do pé indica a acção de bater brutalmente. Daí o sentido metafórico de inimizade violenta. Na traição de Judas cumprem-se as palavras do Ps 41,10, onde o salmista se queixa amargamente da traição de um amigo. Uma vez mais o Antigo Testamento prefigura as realidades que têm a sua plenitude no Novo.

O cristão, pelo Baptismo, foi feito filho de Deus e chamado a compartilhar os bens divinos, não só no Céu, mas já na Terra: recebeu a graça, participa do Banquete eucarístico… compartilha com os seus irmãos, os cristãos, a amizade de Jesus. Por isso, o pecado de quem foi regenerado pelo Baptismo não deixa de ser em certo modo uma traição semelhante à de Judas. Resta-nos, porém, o arrependimento, que, confiando na misericórdia divina, nos encaminhará para recobrar a amizade de Deus perdida.

«Reage. — Ouve o que te diz o Espírito Santo: ‘Si inimicus meus maledixisset mihi, sustinuissem utique’ — que o meu inimigo me ofenda, não é estranho, e é mais tolerável. Mas, tu… ‘tu vero homo unanimis, dux meus, et notus meus, quisimul mecum dulces capiebas cibos’ — tu, meu amigo, meu apóstolo, que te sentas à minha mesa e comes comigo doces manjares!» (Caminho, n.°244).

19. Jesus anuncia de antemão aos Apóstolos a traição de Judas. Assim eles, quando viram verificadas as predições de Cristo, puderam compreender que tinha ciência divina e que, efectivamente, n’Ele se tinham cumprido as Escrituras do Antigo Testamento (cfr Ioh 2,22). Sobre a expressão «Eu sou» veja-se a nota a Ioh 8,21-24.

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