em Evangelho do dia

Naquele tempo, o tetrarca Herodes ouviu falar de Jesus 2e disse para os seus cortesãos: É João Baptista. É Ele que ressuscitou dos mortos, e é por isso que as forças milagrosas operam n’Ele. 3De facto, Herodes prendera a João, pusera-o a ferros e lançara-o numa prisão, por causa de Hero­díade, mulher de Filipe, seu irmão. 4Porque João lhe dizia: «Não te é lícito tê-la». 5Quisera matá-lo, mas temia o povo, que o tinha por profeta.

6Veio, entretanto, o aniversário de Herodes, e a filha de Herodíade dançou em público e agradou a Herodes 7tanto que lhe prometeu, com juramento, dar-lhe o que pedisse. 8Ela, instigada pela mãe: Dá-me, disse, aqui, num prato, a cabeça de João Baptista. 9Entris­teceu-se o rei; porém, por causa do jura­mento e dos convivas, deu ordem para que lhe fosse entregue 10e mandou decapitar João no cárcere. 11A sua cabeça foi trazida num prato e dada à jovem que a levou à mãe. 12Os discípulos foram buscar o corpo e sepul­taram-no. Depois vieram dar a notícia a Jesus.

Comentário

  1. Herodes o tetrarca, denominado «Antipas» (vid. a nota a Mt 2, 1) é o mesmo que mais tarde aparece na Paixão (cfr Lc 23, 7ss.). Era filho de Herodes o Grande. Antipas governava a região da Galileia e Pereia em nome do imperador romano; estava casado, segundo atesta o historiador Flávio Josefo (Antiquitates iud., XVIII, 5,4), com uma filha de um rei da Arábia. Apesar deste matrimônio, convivia em concubinato com Herodíade, mulher de seu irmão. São João Baptista e o próprio Jesus Cristo repreenderam muitas vezes os costumes imorais do tetrarca, cujas relações ilícitas estavam expressamente proibidas na Lei (Lev 18,16; 20,21 ) e eram escândalo notório para o povo.

3-12. Em fins do século I Flávio Josefo dá também testemunho destes acontecimentos. Por ele sabemos outros pormenores mais, como o lugar — a fortaleza de Maqueronte — em que esteve encarcerado o Baptista, fortaleza que domina a ribeira oriental do Mar Morto e onde foi o banquete; e o nome, Salomé, da filha de Herodíade.

9. Importantes códices gregos e latinos trazem: «Entris­teceu-se o rei; mas pelo juramento e pelos comensais ordenou que lhe fosse dada ». Santo Agostinho comenta assim: «No meio dos excessos e da sensualidade dos convidados, fazem-se temerariamente juramentos, que depois se cumprem de forma ímpia» (Sermo 10). Com efeito, é pecado contra o segundo Mandamento da Lei de Deus fazer um juramento faltando à justiça, como neste caso; tal juramento não obriga. Mais ainda, se se cumpre, como fez Herodes, comete-se um novo pecado. Também nos ensina o Catecismo que se peca contra este preceito se o juramento se faz contra a verdade, ou sem necessidade (cfr Catecismo Romano, III, 3, 24). Cfr a nota a Mt 5, 33-37.

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