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16Foram, pressurosos, e encontraram Maria, José e o Menino deitado na manjedoira. 17E, ao verem isto, deram a conhecer o que lhes tinham dito daquele Menino. 18Todos os que ouviram ficaram admirados do que os pastores lhes contaram. 19Maria, por seu turno, conservava todas estas palavras, ponderando-as no seu espírito.

20E os pastores voltaram, glorificando e louvando a Deus por tudo o que tinham visto e ouvido, conforme lhes fora anunciado.

21Quando se completaram oito dias para O circuncidarem, deram-Lhe o nome de Jesus, indicado pelo Anjo antes de Ele ter sido concebido no seio materno.

Comentário

15-18. Deus quis que o nascimento do Messias Salvador, o facto mais importante da história humana, acontecesse de modo tão inadvertido que o mundo, naquele dia, continuou a sua vida como se nada de especial tivesse acontecido. Deus apenas anuncia a uns pastores o acontecimento. Também a um pastor, Abraão, Deus confiou a promessa de Salvação para toda a humanidade.

Os pastores dirigem-se a Belém estimulados pelo sinal que lhes tinha sido dado. Ao comprová-lo, contam o anúncio do anjo e a aparição da milícia celeste. E com isso, consti­tuem-se nas primeiras testemunhas do Nascimento do Messias. «Não satisfeitos os pastores com crer na ventura que lhes tinha sido anunciada pelo anjo e cuja realidade viram cheios de assombro, manifestavam a sua alegria não só a Maria e a José, mas também a toda a gente, e o que é mais, procuravam gravá-la na sua memória. ‘E todos os que escutaram maravilharam-se’. E como não haviam de maravilhar-se vendo na terra Aquele que está nos Céus, e recon­ciliado em paz o celeste com o terreno; aquele inefável Menino, unindo em Si o que era celeste pela Sua divindade com o que era terreno pela Sua humanidade e fazendo nesta união uma aliança admirável? Não só se admiram pelo mistério da Encarnação, mas também pelo grande teste­munho dos pastores, que não podiam inventar o que não tivessem ouvido e tornam pública a verdade com uma eloquência simples» (Ad Amphilochium, quaestio 155).

  1. A pressa dos pastores é fruto da sua alegria e do seu afã por ver o Salvador. Comenta Santo Ambrósio: «Ninguém busca Cristo preguiçosamente» (Expositio Evangelii sec. Lucam, ad loc.). O Evangelista já observou antes que Nossa Senhora, depois da Anunciação, se apressurou a visitar Santa Isabel (Lc 1,39). A alma que deu entrada a Deus no seu coração vive com alegria a visita do Senhor e esta alegria dá asas à sua vida.
  2. Em breves palavras este versículo diz muito de Maria Santíssima. Apresenta-no-la serena e contemplativa diante das maravilhas que se estavam a cumprir no nasci­mento do seu divino Filho. Maria penetra-as com olhar profundo, pondera-as e guarda-as no silêncio da sua alma. Maria Santíssima, mestra de oração! Se a imitarmos, se guardarmos e ponderarmos nos nossos corações o que ouvimos de Jesus e o que Ele faz em nós, estamos a caminho da santidade cristã e não faltará na nossa vida nem a doutrina do Senhor nem a Sua graça. Por outro lado, meditando deste modo os ensinamentos que recebemos de Jesus, vamos aprofundando no mistério de Cristo, e assim «a Tradição apostólica progride na Igreja sob a assistência do Espírito Santo. Com efeito, progride a percepção tanto das coisas como das palavras transmitidas, quer mercê da contemplação e estudo dos crentes, que as meditam no seu coração, quer mercê da íntima inteligência que experi­mentam das coisas espirituais, quer mercê da pregação daqueles que, com a sucessão do episcopado, receberam o carisma da verdade» (Dei Verbum, n. 8).
  3. Acerca do significado e do rito da circuncisão, cfr a nota a Lc 1,59. «Jesus» significa «Yahwéh salva» ou «Yahwéh e salvação», isto é, Salvador. Este nome foi imposto ao Menino não por disposição humana, mas para cumprir o que o arcanjo tinha ordenado da parte de Deus à Santíssima Virgem e a São José (cfr Lc 1,31; Mt 1,21).

O fim da Encarnação do Filho de Deus foi a Redenção e a Salvação de todos os homens, e daí que, com razão, se Lhe tenha chamado Jesus, Salvador. Assim o confessamos no Credo: «Que por nós homens e para a nossa salvação, desceu do Céu». «Certamente, houve muitos com este nome (…). Mas, com quanta mais verdade entenderemos que deve ser chamado com este nome o Salvador? Ele, com efeito, trouxe a vida, a liberdade e a salvação eterna não a um povo qualquer, mas a todos os homens de todos os tempos; não em verdade oprimidos pela fome ou pelo domínio dos egípcios ou dos babilônios, mas assentados na sombra da morte e subjugados com as duríssimas cadeias do pecado e do demô­nio» (Catecismo Romano, I, 3,5).

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