em obrigado, Opus Dei
Por Tatiana Goritscheva
Tatiana Goritscheva, jornalista e escritora russa, converteu-se do ateísmo materialista ao cristianismo ortodoxo. Encontrou nos escritos de São Josemaria Escrivá o ânimo, a fortaleza e o amor “que distingue os grandes espíritos”. Descobriu a sua paternidade espiritual e se contagiou com a alegria e a santidade, pregadas pelo fundador do Opus Dei.
Tatiana Goritscheva, jornalista e escritora russa, foi educada no mais fechado materialismo ateu e anti-religioso, na época em que a ideologia comunista tiranizava a União Soviética. Atéia e materialista foi conduzindo a sua vida sem sentido, até que um dia foi atingida pela graça de Deus, e experimentou o deslumbramento da fé em Jesus Cristo. Em segredo, fez-se cristã ortodoxa, e passou a atuar com um grupo de outros intelectuais convertidos, também clandestinamente, para aprofundar e difundir o estudo da Bíblia e da doutrina cristã.
Após desabar o comunismo na antiga União Soviética, Tatiana escreve, pronuncia conferências, participa de congressos – muitas vezes em estreita união com intelectuais católicos –, com profundidade de pensamento e um forte ardor apostólico. Uma das alegrias da sua conversão foi conhecer a luminosidade dos ensinamentos do Fundador do Opus Dei. As linhas seguintes são um testemunho dessa alegria.

«Ao nosso povo da Rússia, torturado mas não aniquilado, ficou-lhe sempre uma autoridade: os startsi [plural de starets, padres ou monges com fama de santos, que orientam espiritualmente os cristãos na Igreja ortodoxa russa]. Num país em que raramente se consegue ter uma Bíblia, eles são o Evangelho vivo, a demonstração viva de que Deus existe e é invulnerável aos cálculos políticos e ao pensamento mundano. Os startsi saem-nos ao encontro como pais. E como pais nos salvam, nos dirigem, nos fortalecem, nos contagiam a sua alegria.

Em Josemaria Escrivá, a quem eu encontrei através dos seus escritos, eu achei o mesmo ânimo, a mesma fortaleza e o mesmo amor, por cima das fronteiras, que distingue os grandes espíritos. As suas obras contêm uma resposta para todo aquele que anda à procura de confiança. Nele encontrei também aquela autoridade inconfundível que não violenta nem oprime, mas que enamora e entusiasma: a paternidade.

O nosso tempo perdeu autoridades que aglutinem os homens, perdeu a paternidade. E quando não há pais, os homens se tornam desenraizados e sem lar. O laço que os unia numa “família” rompeu-se, tanto no Ocidente como no Oriente. Após a “morte de Deus”, o homem matou também o homem: no Leste [países da área comunista], fisicamente; no Oeste [países ricos do primeiro mundo], espiritualmente. O nihilismo é o mesmo. Por isso são tão valiosas para nós essas figuras capazes de brilhar na escuridão do nosso mundo, que se convertem em autoridade lá onde se tinha perdido até o conceito de autoridade.

– “Esse homem é jovial. Não pode ser ateu” – disse Dostoiévski em certa ocasião. E Josemaria Escrivá repete como um refrão o seu apelo para a alegria de sermos filhos de Deus […]. A santidade vai acompanhada pela alegria […].

– “Estas crises mundiais são crises de santos” – diz Escrivá. Escrivá fala de um ambiente de santidade, inclusive fala de seu “bom odor”. Sim, a santidade tem um aroma natural. A santidade propaga-se espontaneamente. E une, aglutina […].

Impressionou-me a constante chamada de Escrivá à santidade no cotidiano. Temos a inclinação de esperar grandes coisas e grandes feitos. Essa tendência – que chega até o delírio de grandeza – é a marca dos projetos humanos e das ideologias […] Em qualquer detalhe pequeno, porém, Deus olha para nós, Deus está presente […]. As pequenas coisas cotidianas vão-nos indicando o lugar e o momento adequados, momento sobretudo “real”, para vivermos o amor e a fidelidade. A poesia do cristianismo tem a sua raiz nas coisas concretas de todos os dias. O cristão é chamado, para dizê-lo com palavras de Escrivá, “a fazer da prosa de cada dia verso heróico”. Justamente nesse sentido é que o starets Velichovskiy chamou ao monge “mártir do cotidiano”, e Mons. Escrivá chama o caminho do cristão de “sacrifício escondido”.

O pai espiritual (como Escrivá) é aquele que conduz seu filho ou sua filha espiritual para cima; ensina como é que se pode subir mais um degrau».

Tatiana Goritscheva

Extraído do livro “Así le vieron”, org. por Rafael Serrano, Ed. Rialp, Madrid 1992, págs. 106-109.

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